Por Luís Fernando Kormann dos Santos.
O dia é 15 de Janeiro de 2020. Em campo, o Manchester United vence o Wolverhampton em Old Trafford por 1×0 (gol de Juan Mata) e garante sua classificação para a quinta rodada da Copa da Inglaterra. Entretanto, aquele que possivelmente é o fato mais relevante da noite para os Red Devils pouco se relaciona com a classificação, Marcus Rashford deixou o gramado com uma lesão nas costas apenas quinze minutos depois de substituir Daniel James.
Pouco mais de um mês depois do fato, nesta mesma semana, o técnico norueguês Ole Gunnar Solskjaer afirmou em entrevista coletiva que a participação do atacante na atual temporada está sob risco e que é possível que o camisa 10 volte aos campos somente na temporada 2020/21.
Desde a lesão de seu principal jogador, o clube de Old Trafford disputou 5 jogos na Premier League com apenas duas vitórias, 1 empate e duas derrotas (46,6% de aproveitamento) e somente 5 gols marcados (1 gol/jogo).
Antes disso, com Rashford, foram 22 jogos com 9 vitórias, 7 empates e 6 derrotas (51,5% de aproveitamento) e 36 gols marcados (1,63 gols/jogo). Os 14 dentre esses 36 gols que foram marcados pelo próprio atacante (0,63 gols/jogo) representam 38,8% dos gols marcados pelo Manchester United nessas 22 partidas.
É bem verdade que a amostragem de jogos dos Red Devils sem o camisa 10 ainda é bastante reduzida, mas são evidentes a importância do jogador para o time de Solskjaer e o impacto causado por sua ausência. Resta então a pergunta mais lógica: como substituir Rashford e compensar a sua ausência?
Uma alternativa mais simples e que também seria a mais arriscada seria apostar que um Anthony Martial em má fase, um Odion Ighalo recém-chegado da Liga Chinesa e sem ritmo de jogo ou um Mason Greenwood ainda evoluindo como jogador profissional seria capaz de substituir o artilheiro do time na temporada. Sinceramente, salvo uma miraculosa recuperação da melhor forma técnica do atacante francês, essa alternativa parece estar fadada a um fracasso retumbante.
Outra abordagem válida dessa questão seria buscar no coletivo soluções que gerassem crescimento na performance de todos os jogadores em campo, para que esse crescimento coletivo compassasse a falta que certamente fará um jogador como Rashford. Substituir não o indivíduo, mas aquilo que ele representa, essa é a proposta. Logicamente, a teoria sempre será mais simples do que a sua aplicação na prática.
Uma forma de se fazer isso é deixar de apostar que a quebra da linha de defesa adversária acontecerá sempre por uma jogada individual em velocidade, como tem sido padrão do Manchester United de Ole Gunnar Solskjaer para passar a investir no controle da bola como principal ferramenta ofensiva. Utilizar um meio-campista na posição que seria a de Rashford, atrair o time adversário para fora de sua própria área trocando passes rápidos e apostar na velocidade de um ponta rápido e de um atacante móvel para vencer a última linha de marcação com infiltrações e ultrapassagens.
Mais importante do que qual será a solução eventualmente adotada por Solskjaer, é indispensável que uma solução seja encontrada e implementada de forma rápida pelo técnico norueguês e sua comissão técnica para permitir que o clube possa continuar lutando por seus objetivos na atual temporada.
Pergunta do dia: E você, leitor, o que faria e quem escalaria se estivesse no lugar de Solskjaer? Sua opinião é bem-vinda nos comentários. Glory, Glory Man United!