Por Melissa Gargalis
07/12/2015
Na quarta-feira da última semana, placar sem gols contra o PSV. Um empate que nos deixou escapar a garantia de passar para próxima fase da Liga do Campeões da Europa. Depois, foi a vez de igualar o marcador com o Leicester. Resultado que nos impediu de assumir a liderança do Campeonato Inglês. Na sequência, mais um empate sem gols, desta vez, contra o West Ham, no Old Trafford. Esse foi o resumo das duas últimas semanas do Manchester United. Nada desesperador, estamos vivos! Talvez, só não estejamos satisfeitos.
Satisfação, por sinal, é uma palavra um tanto quanto subjetiva. Para alguns, alcançar objetivos é o suficiente. Para outros, o “como” alcançar os objetivos também tem sua relevância.
Entretanto, alguns homens fortes têm expressado opiniões duras contra o modo de jogar do Manchester United. Paul Scholes, mito do clube, foi um deles. Para o ex-jogador, o time de Louis van Gaal estaria jogando de modo entediante e “chato”.
A explicação para tal sentimento se deve a falta de agressividade e gols. Marcamos 20 gols até o encerramento da 15ª rodada. O Bournesmouth, 17º colocado, tem apenas dois gols a menos que o time de LVG. Ainda, segundo uma análise estatística divulgada pela BBC, o United tem diminuído a quantidade de chutes a gol, levando em consideração as primeiras 14 partidas:
Temporada Chutes certos Treinador
20010-11 75 Ferguson
2011-12 83 Ferguson
2012-13 84 Ferguson
2013-14 68 Moyes
2014-15 64 Louis van Gaal
2015-16 53 Louis van Gaal
No entanto, uma declaração que chamou bastante a atenção e está relacionada à discussão que coloco em questão, foi a do ex-auxiliar técnico do United, Rene Meulesnteen.
“Sir. Alex era muito claro…Nós queríamos ter sucesso, queríamos vencer jogos, ganhar troféus, mas nós tínhamos a obrigação de entreter os torcedores”. Segundo Meulesteen, o United está jogando sem liberdade, isso porque quando um jogador pode arriscar um passe mais ofensivo, a escolha, no entanto, é recuar e começar tudo de novo. De acordo com o ex-auxiliar, quando Ferguson estava no comando havia claramente um estilo, uma identidade, mas havia também liberdade para o jogadores criarem suas próprias “soluções”.
A questão não é tirar conclusões de comparações entre Ferguson e LvG, mas trazer uma reflexão sobre que tipo de Manchester United estamos assistindo. Temos um time jogando de forma burocrática e sem brilho? Se troféus vierem, vamos nos orgulhar deles? Que marca deixaremos para as próximas gerações?
Na terra da rainha, a dinastia do United sempre foi gloriosa. O castelo, um monumento a parte, que abriga pouco mais de 75 mil hóspedes. Mas, o château está sem rei (château, palavra francesa que traduzida para o português significa Castelo. “Aportuguesando” a pronúncia seria: “Chátô”). Temos uma fortaleza, nossa defesa é a que menos levou gols (10), mas não temos um rei para resolver o problema da falta de gols. O momento do nosso château está assim, devagar e chato.
*Artilheiro do Man United na PL – Juan Mata (4 gols – não está nem entre os 10 primeiros)
* Artilheiro da Premier League – Vardy ( 14gols) – Quebrou recorde que pertencia a Ruud van Nistelrooy, justamente no empate por 1 a 1 contra o Manchester United.
Estudante de jornalismo e colunista do ManUtd BR. Desde que me conheço por gente vivo e respiro futebol. Fã incondicional do Manchester United. Motivo? História, respeito, raça, tragédia, vitória, título e acima de tudo símbolo! Quantos aos outros? Nunca serão!
CLIQUE AQUI E LEIA TODAS AS COLUNAS ESCRITAS POR MELISSA GARGALIS