Por Melissa Gargalis
23/01/2017
Mais de dez anos se passaram desde a transferência que trouxe um jovem tecnicamente encantador aos palcos do Teatro dos Sonhos. Tratava-se de uma promessa que deixou toda a Inglaterra em êxtase, imaginando que o atacante nascido em Liverpool poderia ser o líder de uma geração vencedora com a seleção inglesa.
Com o English Team, nenhuma conquista relevante. A profecia não foi cumprida. Entretanto, com o time de Sir Alex Ferguson, a história foi diferente. Wayne Rooney, capitão e camisa 10 do United, demonstrou que faria de tudo pelo clube. Jogaria em qualquer posição e abriria mão do protagonismo para que outras estrelas brilhassem. Foi assim com Cristiano Ronaldo, Robin van Persie e, agora, Ibrahimovic.
Apesar de ídolo, Wazza, como é apelidado, também já decepcionou a torcida. Não vamos mexer nas feridas do passado, mas não podemos esquecer dos pedidos do jogador para deixar o clube. Mesmo assim, Rooney continua sendo o homem forte do elenco, o capitão e a quem todos respeitam. De fato, por tudo que fez pelo Manchester United dentro de campo, merece o completo respeito.
Com Mourinho, o camisa 10 tem apoio. No entanto, o visível desempenho abaixo do que poderia render nas últimas temporadas, tem sido um tormento na vida do inglês, que já não é mais o ‘velho’ Rooney.
Apesar da confiança, Mou teve de deixar Wazza no banco de reservas. No jogo contra o Liverpool, mais uma vez mostrou seu lado teimoso, colocando o camisa 10 em campo para substituir Carrick, que iniciou como titular. O volante, aliás, tem sido um dos pilares do time de Mourinho mesmo aos 35 anos. Rooney, por sua vez, aos 31, parece estar na contramão.
A idade é injusta para as pessoas. O peso parece ser diferente para uns e para outros, mas Rooney merecia estar em melhores condições. Merecia ter a chance de marcar seu 250º gol diante do Liverpool, o maior inimigo! Não deu. Não passou nem perto. Neste fim de semana, diante do ‘chato’ Stoke City, a espera acabou, e Rooney se tornou o maior artilheiro da história do clube. E, ao contrário de um outro Manchester, este tem uma história gigantesca!
Nas tribunas, Charlton viu Rooney fazer história. Ferguson também presenciou o gol 250 do atacante, mas, infelizmente, a reação veio tarde e não foi o suficiente para evitar o empate com o Stoke City neste sábado. Que chance perdida! Eram três pontos importantíssimos para tentar chegar mais perto da zona de classificação para a Champions League.
A igualdade por 1 a 1 deixa mais uma dura lição. Pogba muito marcado, pouco ajudou; Herrera errando muitos passes, Mkhitaryan longe de ter feito um bom jogo, Ibra sem fome de gol e Mata tendo uma péssima atuação. Sem falar de Fellaini, que não deve ser titular. Mourinho querer mantê-lo no elenco faz parte, o belga pode contribuir, mas não acredito que seja correto optar por escalá-lo como titular. Temos outras opções mais interessantes.
Por incrível que pareça, apesar do pouco efeito que trouxe na partida, Rooney foi vital. Depois de substituir Mata, em lance de cobrança de falta no ‘Fergie Time’, o inglês puniu o rival e balançou a rede pela 250ª vez. Um sentimento de alívio, sem dúvida, mas também uma chance de pensarmos no que pode acontecer daqui algum tempo.
Num futuro não tão distante assim, a camisa 10 deve estar vaga. Apesar de ainda acreditar na qualidade de Rooney (sou tão teimosa quanto Mourinho), não imagino que ele possa se manter no time por muito mais tempo se não tiver condições de contribuir. Logo, pensando em curto prazo, Carrick, Rooney e Ibra, por exemplo, já não poderão mais ajudar. Precisamos nos preparar para isso.
O clube irá atrás de outros jogadores para substituí-los, claro, mas, até que algum um outro atleta apareça com personalidade, raça e maestria para vestir a camisa 10, a verdade é que vamos todos lembrar com saudades do velho Rooney.
Estudante de jornalismo e colunista do ManUtd BR. Desde que me conheço por gente vivo e respiro futebol. Fã incondicional do Manchester United. Motivo? História, respeito, raça, tragédia, vitória, título e acima de tudo símbolo! Quantos aos outros? Nunca serão!
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