Por Filipy Bebeto
10/11/2014
O conturbado inicio de temporada do United fez com que a sensação de insegurança, que já perdurava da última, viesse à tona. As sequelas da frustrante temporada ainda assolam os corações red devils, mas eis que está na hora de detectar os problemas e apontar soluções. Toda reformulação requer paciência. É isso. E inventar e reinventar.
Assumir um clube como o Manchester United é difícil até para lendas incontestáveis como Van Gaal. O holandês é sem dúvidas um dos maiores técnicos da história, compara-lo a David Moyes é deixar o sentimento de insegurança falar mais alto que a racionalidade. É normal que seja difícil, é normal que se desconfie, afinal, se fosse fácil não seria “United”, seria uma puta (leia-se City).
Dentre os inúmeros fatores que estão prejudicando o andamento do time, resolvi escolher os que ao meu ver, estão sendo determinantes para a instabilidade. Vamos lá!
1) Consistência defensiva:
A falta de um sistema defensivo sólido acarreta grandes prejuízos a uma equipe, pois cria um sentimento de instabilidade e faz com que se dupliquem funções táticas no meio-campo, os volantes se apresentam menos. O setor de meio campo pouco produz, em razão dessa sobrecarga defensiva. Já os wingers tendem a ser mais inseguros e evitam ir até a linha de fundo por medo de não conseguirem recompor. Enfim, a falta de consistência defensiva deixa um time muito vulnerável e inseguro.
2) Conjuntura tática:
Ainda que a disposição tática seja inteligente, o time não está encaixando. As variáveis são nítidas, mas tá faltando envergadura ao time. As transições são lentas de dar dó, não há uma sincronia perfeita na construção de jogadas, é tanto que elas só fluem através de jogadas individuais, geralmente pelas pontas. Falta ritmica, ou melhor, dinâmica ofensiva.
3) Desfalques e falta de sequência:
O United está com muito azar, em todos os jogos tem no mínimo três lesionados e um suspensos, principalmente no setor defensivo. Quando se tem um time novo, é preciso dar sequência para que ele se entrose e crie identidade, mas as adversidades estão atrapalhando demais essa dupla adaptação. Vejam que ela é dupla, primeiro porque os reforços vieram de outras Ligas, segundo porque eles ainda estão formando um modelo de equipe, não chegam como simples peças de encaixe. Se em outros clubes os treinadores podem fazer ROTAÇÃO de jogadores, aqui se escala o que tem disponível.
4) Desleixos individuais:
Optei por essa terminologia porque não quis abranger tão somente os erros individuais que porventura ocasionaram a perca de alguns pontos cruciais, me refiro, sobretudo, ao fato de alguns jogadores não estarem rendendo o que podem. É o caso de Januzaj, Van Persie, Di Maria, Mata e Herrera – os dois últimos inclusive já figuram como reservas. Enfim, é preciso maior dedicação e impeto por parte desses atletas de qualidade. Alguns estão jogando só com o nome.
5) Falta de competitividade:
O que está ocorrendo é que muitos jogadores estão acomodados, é o exemplo de Van Persie, que parece ser insubstituível no time titular. Se todos os reservas entrassem com o mesmo impeto e eloquência de Fellaine, certamente seriam aspirantes a titularidade. O belga tomou de assalto o lugar de Herrera e vem se transformando em um dos principais nomes da equipe. Está na hora de Mata, Valencia, o próprio Herrera, entre outros reverem seu valor, se doar mais treino a treino, jogo por jogo.
A princípio podemos apontar esses fatores como determinantes para a falta de equilibrio no United na temporada. Insta registrar que estamos apenas na 11ª rodada, ainda tem muita coisa pra rolar e vamos torcer para que os ventos parem de soprar em sentido contrário. Não adianta tentar encontrar culpados, sobretudo, taxar o treinador como responsável, pois não é ele quem está dando causa aos problemas, pelo contrário, ele está amenizando.
Quanto a defesa, tenho certeza que ele apontou nomes como Hummels, Miranda e Benatia, que a diretoria não conseguiu contratar. Nos resta ter paciência e crer de que dias melhores virão. Deixem o baixo astral de lado e acalmem o coração. O trabalho é longo, pois ninguém constrói um império do dia para a noite.
No peito um coração que pulsa relutantemente pela sua inexorável paixão, a bola. Filipy é amante incondicional do Vasco da Gama e do Manchester United, vive e respira futebol. O pernambucano de 19 anos é assíduo telespectador desse esporte que lhe arranca os suspiros mais ofegantes. Por causa dele, inclusive já furou encontro com a própria namorada. A bola é seu grande amor e somente sob à majestosa ótica daqueles belíssimos gramados verdes é que o pequeno estudante de direito encontra o seu maior refúgio nas tardes negras de domingo.
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