Em setembro de 2013, Mesut Özil foi apresentado como novo reforço do Arsenal. Com um incrível início, onde fez quatro assistências e um gol em cinco jogos, o alemão era uma das maiores esperanças da torcida. No entanto, rodadas mais tarde, as críticas começaram a surgir perante algumas apresentações ‘abaixo do esperado’ para um jogador que custou incríveis £42.5 milhões. Por fim, a primeira temporada do alemão na Inglaterra encerrou com sete gols e catorze assistências em 39 jogos, resultando em muitas críticas e dúvidas sobre sua forma física.
A temporada 2014/15 apontava tudo para uma melhora, uma vez que o jogador agora já estaria habituado com o futebol inglês. Voltando do Brasil como campeão do mundo, Özil atuou em seis rodadas da Premier League anotando duas assistências e um gol, porém uma lesão no joelho o afastou durante três meses de campo. Recuperado, voltou a jogar no início de janeiro e desde então teve outras seis assistências e três gols, sendo uma das peças principais do time de Arsene Wenger para a arrancada rumo ao Top 3 da tabela, encaixando uma sequência de 10 jogos sem perder na Liga.
Mas onde o United se encaixa nessa história?
Em agosto de 2014, Angel Di Maria foi apresentado como novo reforço do Manchester United. Com um incrível início, onde fez três assistências e três gols em cinco jogos, o argentino era uma das maiores esperanças da torcida. No entanto, rodadas mais tarde, as críticas começaram a surgir perante algumas apresentações ‘abaixo do esperado’ para um jogador que custou incríveis £59.7 milhões. Por fim, a primeira temporada do argentino na Inglaterra termina com quatro gols e 11 assistências em 24 jogos, resultando em muitas críticas e dúvidas sobre sua forma física.
A semelhança entre os ex companheiros de Real Madrid deveria servir como alento à torcida Red Devil. Vindos de um futebol rápido, aberto e individualista, ambos precisaram se acostumar à realidade inglesa, de futebol mais lento, fechado na marcação e grupal. Di Maria, no entanto, sentiu maior dificuldade ao se ver impossibilitado de repetir suas arrancadas e encaixar bons lançamentos para os atacantes.
Aliás, o argentino também enfrentou problemas fora de campo. Logo de início, a dificuldade em se habituar com o idioma local (semelhante ao obstáculo encontrado por Özil ao deixar a Alemanha rumo à Espanha) atrapalhou o #7. Pouco tempo depois, sua família presenciou uma tentativa de assalto que assustou a todos, afetando o rendimento do craque. O frio também incomodou, uma vez que o clima espanhol é mais ameno e o inverno é menos rigoroso que em Manchester.
Por fim Özil se adaptou, ganhou a confiança do time e hoje é uma das principais peças de Wenger. Di Maria, apesar das oportunidades, ainda não convenceu a torcida sobre o preço gasto em sua transferência, mas tem habilidade de sobra (digna de um MVP da final da Champions League) para assegurar sua vaga de titular e se tornar uma das principais peças de Van Gaal. A chave para a redenção de Di Maria é o tempo, afinal, como diz o velho ditado, “não há melhor juiz que o tempo”.