2 de Abril de 2013. O Manchester United consagra-se campeão da Premier League pela vigésima vez, com quatro rodadas de antecedência. O ano é marcado pela despedida do ídolo Paul Scholes, pela aposentadoria do lendário Sir Alex Ferguson e pela chegada de Robin Van Persie. Com isso, as dúvidas surgem para os torcedores: Como será o futuro? Quem será o técnico? Teremos reforços?
Na pré-temporada, as respostas começam a surgir. David Moyes, técnico de longa data do Everton, foi escolhido à dedo por Ferguson para dar prosseguimento ao seu trabalho no comando do clube. Era claro o peso de tal responsabilidade, mas “The Chosen One” a aceitou.
A primeira vitória do escocês acompanhou seu primeiro – e único – troféu no United, a FA Community Shield, sobre o Wigan Athletic. A vitória sobre o Swansea City na primeira rodada do campeonato nacional empolgou os torcedores, que já se preparavam para mais uma incrível temporada, o que infelizmente não iria acontecer.
Nas transferências de verão, muitas especulações. Moyes queria Baines e Fellaini, e as negociações ocorreram até os últimos instantes possíveis. O técnico falhou na contratação do lateral, e, na pressa, pagou caro no belga, sendo criticado pelos torcedores. Sua incompetência em trazer outros reforços em quem declarou interesse também incomodou, como nos casos de Fábregas e Ander Herrera. O foco, porém, estava no atacante Wayne Rooney, cuja antiga desavença com o escocês parecia ameaçar sua permanência no clube. Por fim, as partes se entenderam e o craque ficou.
Ao fim do ano, a situação não era das melhores. Na Premier League, em sexto colocado (oito pontos atrás do líder Arsenal), o clube teve um fraco desempenho contra os times de maior expressão do país, tendo empatado com Chelsea e Tottenham, vencido o Arsenal e perdido para Everton, Liverpool e City. Na UEFA Champions League, entretanto, a boa participação trouxe a liderança invicta do grupo A.
O United começou 2014 com o pé esquerdo, perdendo para o Tottenham no primeiro dia do ano e para o Chelsea duas semanas depois, além de ter sido eliminado da FA Cup e da Capital One Cup por Swansea City e Sunderland, respectivamente. Ao final do mês, porém, os torcedores foram apresentados à nova contratação do clube, o espanhol Juan Mata.
Apesar de algumas vitórias e boas apresentações, o clube continuava fraquejando em momentos importantes. Perdendo para Liverpool e City e empatando com Arsenal, a situação de David Moyes ia de mal a pior. Na Liga dos Campeões, o clube parou nas quartas de final, eliminado pelo Bayern de Munique. Os torcedores, indignados com as atuações do time campeão inglês, já pediam uma troca de técnico, ignorando os cinco anos de contrato restantes do escocês. Os jogadores mostravam-se descontentes com suas próprias atuações em entrevistas e em redes sociais. Estava instaurada a crise no United.
A situação tornou-se insustentável após outra derrota para o Everton, tirando as chances do United disputar a próxima edição da UEFA Champions League, o que não acontecia desde 1990. Dois dias depois, o clube anunciava a rescisão de contrato com David Moyes, dez meses após assumir o comando do time, deixando lugar para o interino Ryan Giggs pelas quatro partidas restantes.
Sobre o comando do galês, o clube teve duas vitórias – uma delas na estreia de Giggs como técnico, algo inédito há 56 anos –, uma derrota e um empate, terminando a temporada na sétima posição e fora também da próxima edição da Liga Europa.
Agora, neste período “entre temporadas”, novas especulações e informações trazem respostas para as mesmas perguntas do passado, mas que, desta vez, são acompanhadas de um desejo de melhora e renovação. A torcida quer o Manchester United de volta ao lugar de onde nunca deveria ter saído: o topo.