Com o final da Copa do Mundo, o Manchester United vê na pré-temporada uma maneira de preparar a equipe para esquecer o fracasso do último ano. As chegadas de Ander Herrera e Luke Shaw animaram o torcedor, mas deixaram a pergunta: “O que esperar deles? São eles a solução para os problemas do clube?” A ManUtd BR resume agora a carreira desses atletas e faz dá uma perspectiva do futuro.
Ander Herrera Agüera nasceu em Bilbao, na Espanha. Com 15 anos, entrou nas categorias de base do Real Zaragoza, clube que seu pai, Pedro María, foi jogador e diretor geral. Na temporada 2008/09, estreou pelo time principal na segunda divisão do Campeonato Espanhol e ajudou o clube a voltar para a elite. Em fevereiro de 2011, o Athletic Bilbao desembolsou €7.5 milhões para repatriar o atleta, com um contrato de cinco anos. Até junho de 2014, quando se transferiu para o United, Herrera atuou 128 vezes com a camisa do clube basco, marcando 11 gols e anotando 20 assistências, sendo expulso duas vezes. Herrera também atuou pela Seleção Espanhola sub 20, sub 21 e sub 23, somando 30 partidas.
Ander Herrera atua no meio campo, sendo bastante utilizado como um meia-atacante ou possivelmente na parte central do gramado. É destro, mas também pode surpreender com a precisão que sua esquerda possui. Apesar de sua posição mais avançada, também pode ser usado como volante. Tem grande participação na defesa e é muito bom em desarmes com carrinho, apesar de marcar muitas faltas e levar vários cartões amarelos. No ataque, é um exímio criador de oportunidades para os companheiros, tendo na temporada passada mais assistências do que os quatro meio campistas do United – Fletcher, Fellaini, Carrick e Cleverley –. Porém sua pontaria não é tão boa, marcando somente 5 gols nos 68 chutes que teve. Quando sozinho, sua habilidade para driblar o permite se desmarcar facilmente, e tem um bom posicionamento quando procura a jogada. Seus cruzamentos foram de grande valia para o Athletic Bilbao na última temporada.
A camisa que Herrera utilizará ainda permanece uma incógnita. Provavelmente o atleta ostentará o mesmo número #21 que utilizou na temporada passada no Athletic Bilbao, e que no United era de Angelo Henriquez. No Zaragoza, em várias partidas escolheu o número #8 (que até faz parte de seu perfil do Twitter), mas a preferência é de Juan Mata. Outra possibilidade é a camisa #18, que Ander usou na seleção espanhola é atualmente ocupada por Ashley Young.
Por fim, apesar do alto preço pago no atleta, podemos esperar um meio de campo bem mais criativo e participativo do que na recente temporada. Herrera talvez traga ao time uma maior mobilidade e um toque de bola – principalmente nos contra-ataques – mais rápido. Na defesa, os zagueiros talvez tenham menos preocupações caso o espanhol continue com os bons desarmes.
Já Luke Paul Hoare Shaw, que completou 19 anos neste sábado, iniciou sua carreira aos 8 anos, em uma peneira no Chelsea, onde foi recusado. Pouco tempo depois, o Southampton trouxe o atleta para sua categoria de base, onde ficou até 2011. Estreou na Barclays Premier League naquele mesmo ano, e permaneceu no time até 2014, disputando 67 partidas e tendo 2 assistências, quando foi vendido ao Manchester United. Vestiu a camisa da seleção nacional sub 16, sub 17, sub 21 e pela equipe principal, quando disputou a Copa do Mundo de 2014.
Shaw é uma verdadeira aposta do United. Lateral esquerdo, tem bastante habilidade para driblar, cruzar, fazer passes curtos e lançamentos. Entretanto, dado à pouca idade e experiência, precisa melhorar sua posse de bola, pois costuma prender durante muito tempo o jogo, atrapalhando a movimentação de seus companheiros. Um importante fator de Shaw é sua velocidade, que lhe rendeu comparações à Gareth Bale quando ainda estava nas bases do Southampton.
A contratação de Shaw é um reflexo da atual realidade do clube. Com a saída de Buttner para o Dínamo de Moscou e a provável venda do veterano Patrice Evra para a Juventus, Shaw teria caminho livre para evoluir seu futebol e tornar-se um dos melhores laterais do mundo, assim como o United teria um jogador que pode tranquilamente ser titular pela próxima década.
Comparando Shaw com o atual titular do United, percebe-se que o inglês costuma driblar mais que Evra e efetua mais desarmes, porém passa mais tempo sem a bola e é menos preciso nos toques aos companheiros. Tirando isso, Shaw é muito parecido com nosso lateral francês, e caso Patrice permaneça no clube, será um ótimo tutor para o jovem.
Em Old Trafford, Shaw provavelmente mudará o número de sua camisa. Caso Evra seja negociado, o inglês poderá usar o #3 que vestiu pela seleção inglesa em alguns jogos. Caso Smalling permaneça no clube e resolva adotar a #5 de Ferdinand ou a #15 de Vidic, Shaw teria o #12 – que também usou na Seleção – livre. Sua camisa do Southampton, #23, atualmente é de Tom Cleverley, mas nada impede que este mude de numeração também.
Por fim, a chegada de Shaw é melhor vista como uma promessa do que como uma solução. A (provável) última temporada de Evra em Manchester e a temporada fora da UEFA Champions League são o ambiente perfeito para Luke aprender e se adaptar ao estilo de jogo do clube e de seu novo comandante, a fim de que outra longa supremacia na lateral esquerda do clube se instaure nos próximos anos.