Quando o Real Madrid não mediu esforços para contratar Cristiano Ronaldo, não pensou apenas no aspecto técnico, ainda que se tratasse do melhor jogador do mundo, os espanhóis viram no gajo uma oportunidade de expansão de marketing e de … torcida. A estratégia foi certeira, pois o clube que amargava períodos difíceis e jejum de grandes conquistas desde então imergiu com uma fome insaciável de títulos. Ronaldo é o simbolo máximo de uma era de redenção e da volta por cima madridista, não apenas no que diz respeito a futebol jogado, mas sobretudo de imagem e TORCIDA. Que papo é esse Filipy?
Antes de tudo, essa também é pro seu amigo que agora é torcedor do Real Madrid, isso mesmo, para aquele que há anos atrás torcia pro “MEU MANCHESTER” e coincidentemente após a saída do português virou torcedor do ‘MEU REAL’ – desde a época de Ronaldo Fenômeno, segundo eles próprios, mas nós sabemos que o Ronaldo é outro né? Que o Cristiano é símbolo de uma geração, ninguém tem dúvidas, mas o United é muito maior do que ele! Até compreendo o coração de muitos ficar quase saindo pela boca a cada especulação infundada sobre um retorno dele, mas espero que tenham real dimensão do tamanho do nosso clube e saibam que ele é maior que qualquer jogador.
Outros supostos torcedores não migraram logo de cara, mas se foram quando os dias ensolarados da era Ferguson deram espaço para tempos sombrios, de pura tempestade, descrença e mediocridade. Para se ter ideia das proporções do “modismo”, o United em meados de 2008/09 era sem dúvidas o time estrangeiro com mais popular no Brasil, atrás apenas do Milan (no máximo), em contraste, antes da chegada de Mourinho, Zlatan e Pogba, não estava nem entre as três maiores. Na minha região (sertão de pernambuco) eram dezenas, atualmente eu só conheço um. (Um abraço Fillipe Araujo)
Sinceramente falando, alguém assim sabe o que é AMAR um clube? O amor é um sentimento sublime que exige fidelidade, entrega e perseverança. É fácil amar nos dias de glória, difícil é ser leal, paciência e intrépido nos dias de cruz. Parabéns pra você que permaneceu!
Você que resistiu ver nossos maiores ídolos, um por um, pendurando as chuteiras. Você que chorou do choro de Vidic naquela despedida melancólica e afundou o F5 do teclado querendo se convencer a qualquer custo que a aposentadoria do Ferguson era mentira. Você, torcedor, que viu a dupla de heróis imortais (Giggs e Scholes) combaterem o bom combate por décadas e encerrar a carreira, que permaneceu firme, desanimado, porém firme, quando David Moyes nos fez passar pelo maior vexame e retrocesso da história. Você sim é um torcedor de verdade e que tem amor por um clube!
Aqueles que se foram junto com um português, nunca descobriram o verdadeiro significado de amar um clube. Já diria o brilhante sociólogo Zygmunt Bauman que “Amor líquido é um amor até segundo aviso” e este amor durou enquanto estávamos no ápice da glória, parafraseando o grupo Sorriso Maroto “se amor nasceu e morreu, ele não existiu”. Daqui a cinco anos, quando um certo português parar, vocês ainda terão uma paixão ardente dentro do peito e um time pra torcer.
Manchester United e Real Madrid possuem muito em comum, ambos são dois colossos europeus e bilionários, mas não é só nisso que se assemelham, Enfrentar o Real Madrid é sempre especial, pois é sempre bom reencontrar nossos velhos ídolos e nossos velhos “torcedores”.
Um brinde a você e ao seu coração coração, que mesmo diante de tantas tempestades, resolveu no amor verdadeiro permanecer.