Por Gustavo Lima Peixoto.
Fica difícil em um momento como este que o clube está passando falar sobre outra coisa que não seja a cobrança por desempenho dentro de campo dos jogadores, cobrança do treinador e do fraco desempenho do vice-diretor executivo Ed Woodward.
Neste texto falarei sobre a tradição e estilo do clube, para argumentar o que acredito que seja a melhor “saída” para o clube desta fase.
Desde 2013 sofrendo com a falta de desempenho, o clube vem conquistando títulos pontuais que não dão ao torcedor sinais de melhora.
David Moyes chegou ao United na temporada 2013/14 apontado por Sir Alex Ferguson e por isso recebeu o apelido de “The Chosen One”, porém logo caiu no desgosto dos torcedores por conta do desempenho pífio da equipe com as mesmas peças que SAF fora campeão inglês na temporada anterior. Depois de 10 meses, logo foi demitido do clube, e teve como pontos positivos de sua passagem a revelação de Adnan Januzaj (que viera a ser despejado do clube nas temporadas seguintes) e a contratação de Juan Mata, que chegou no verão de 2014 para livrar o clube da situação.
Após uma rápida passagem como treinador-jogador de Ryan Giggs para o final da temporada, muitas especulações surgiam para quem seria o próximo treinador do maior campeão inglês, e os nomes mais cogitados foram Louis van Gaal e o atual campeão da Champions League com o nosso maior rival, Jurgen Klopp. Foi então que Ed Woodward tomou a primeira decisão que eu como torcedor achei absurda. Contratar o holandês famoso pelo seu estilo defensivo e deixar de lado um técnico muito promissor com estilo ofensivo, que sempre foi marca do United, que vinha de ótimas campanhas com o Borussia Dortmund. Enfim, este texto não é sobre remoer o passado e sim expor minha opinião sobre como o clube chegou onde está hoje.
Nas temporadas de 2014/15 e 2015/16, sob o comando de Louis van Gaal, o United conquistou a FA Cup após muitos anos, porém o desempenho da equipe não era satisfatório, o que gerou sua demissão ao final da temporada 15/16. Para a temporada 16/17 o United foi atrás de José Mourinho, e trouxe além do treinador, jogadores de nome e peso, como Zlatan Ibrahimovic, Henrikh Mkhitaryan e Paul Pogba. Zlatan não decepcionou em sua primeira temporada e marcou mais de 25 gols, Mkhitaryan foi destaque do clube na conquista da “tão sonhada” Europa League, porém Pogba não atingiu o nível esperado. Para uma temporada de reconstrução, o desempenho da equipe foi aceitável, e Mourinho seguiu com a equipe para a temporada seguinte, porém o desempenho extracampo de Ed Woodward como vice-diretor executivo começou a gerar muitas dúvidas entre os torcedores pela gastança exacerbada e do próprio Mourinho, dizendo abertamente que não possuía apoio da bancada para fazer as contratações que julgava necessárias. A temporada de 2017/18 iniciou de forma muito empolgante, porém terminamos sem títulos e com um segundo lugar na Premier League, que de acordo com Mourinho, foi seu maior feito na carreira. Para um homem que já ganhou a tríplice coroa com a Inter de Milão e uma Champions League com o Porto, dizer isso sobre um segundo lugar com o Manchester United diz muito sobre a atual situação do clube. Para a próxima temporada, Mourinho continuou sem o apoio da bancada e foi demitido em dezembro de 2018. O United trouxe então a lenda Ole Gunnar Solskjaer como treinador interino, e seu início de carreira no clube foi avassalador, quebrando recordes e empolgando a todos, inclusive Rio Ferdinand, que disse na televisão “o Manchester United está de volta!”. Porém após a virada histórica na Champions League contra o PSG e a sua efetivação no cargo, tudo foi ladeira a baixo para o norueguês, resultados ruins começavam a aparecer e dúvidas sobre a sua capacidade como técnico.
Por ser lenda do clube, ter trazido nomes como o auxiliar técnico Mike Phelan para a equipe novamente, e ter tido contato muito próximo com SAF (OGS foi treinado pelo escocês de 1996 até 2007), o norueguês se mantém no cargo, porém alguns torcedores já não muito pacientes querem vê-lo longe do clube, mas até que ponto essa troca frequente de treinadores é benéfica para a equipe? Vivemos no Brasil, país onde treinadores que não chegam nem a 10 jogos disputados já são demitidos e podemos ver com clareza que isso não traz benefício nenhum a equipe.
Solskjaer já conseguiu provar do que é capaz com seu início de carreira no clube, e embora nosso elenco ainda seja limitado, nossas contratações têm sido pontuais desde a chegada do norueguês. Não houve desespero como houve para a contratação de Di Maria, Pogba ou Depay, e sim prudência para contratar jogadores não tão badalados como Wan-Bissaka e Daniel James. Inclusive essa sempre foi característica do United, contratar jogadores jovens e promissores, e não estrelas do futebol, e apostar na base, como a mais que vitoriosa “Turma de 92”.
Ferguson levou 4 anos para conquistar seu primeiro título, então finalizo meu texto dizendo que acredito que a melhor saída para o clube é apostar numa continuidade de trabalho, unida ao apoio da bancada ao treinador e a contratação de jogadores que queiram vestir a camisa do maior da Inglaterra!