Ao aterrissar em Manchester, Zezinho, aquele que era especial, finalmente pode encontrar sua amada e desposou-se com ela. Era o sonho que se tornava real. No entanto, “os amores de verão terminam por varias razões, mas no fundo todos tem uma coisa em comum: são estrelas cadentes, um momento espetacular de luz nos céus, um vislumbre passageiro da eternidade que num segundo desaparecem.” [1] e nem sempre dura tempo o suficiente para a gente desfrutar daquilo que desejávamos que fosse para sempre.
O problema é que grandes expectativas geralmente vem acompanhadas de grandes decepções. Seja na vida, no futebol ou no amor. O romance de mais baixos do que altos entre José Mourinho e Manchester United teve um desfecho digno de estória de terror, tendo a sua sentença de morte publicada no dia 18 de dezembro.
Quando chegou, parecia um sonho bom, logo, ninguém imaginava que seria mais uma grande ilusão. Por mais apaixonado que um homem seja, nem só de amor se vive uma relação. No mais, o atual Manchester United é totalmente incapaz de corresponder qualquer sentimento nobre e altruísta. É aquela dama que só pensa em luxos e capital, não dando a mínima para o sentimento e ao prazer, afinal, como já diria Nicholas Sparks “o melhor amor é aquele que acorda a alma e nos faz querer mais. Que coloca fogo em nossos corações e traz paz as nossas vidas” [1] e definitivamente, esse bad romance vinha nutrindo tudo, menos paz.
A verdade é que o Manchester United é uma divorciada que não conseguiu esquecer o seu ex e a recíproca procede, afinal, o semblante de tristeza e amargura expresso no olhar de Alex Ferguson após a bisonha atuação diante do Liverpool entrega tudo. Deve se questionar “Quando eu olho para trás eu vejo tanto esforço, tanta dedicação, tanto trabalho. Para quê?” [2]. Saudades é só o que sabemos sentir, afinal, “existem amores que duram mais de uma vida”. [3]
Fica aquela sensação de que poderia ter sido mais, que poderia ter sido melhor e mais intenso, no entanto, o término mais soa como um alívio. Mourinho e United pareciam perfeitos um para o outro. Furiosos, destemidos e vitoriosos, no entanto em termos práticos, a fúria se converteu em temor e as vitórias se tornaram meras memórias de um passado não tão distante.
O culpado é o tempo? Talvez Em outras estações esse romance poderia se eternizar. Poderíamos ter sido felizes, poderíamos ter conquistado o mundo, mas agora tudo isso não passa de um sonho impossível, pois você se foi. A vida nem sempre é justa. No entanto, precisamos compreender que é para frente que se olha, não para o passado, pois o tempo não volta, o que volta é a vontade de voltar no tempo.
Esperamos que uma nova história seja escrita nos próximos dias e que a magia possa voltar a dar as caras no teatro dos sonhos.
[1] Diário de uma paixão. SPARKS, Nicholas.
[2] E se fosse verdade. LEVY, Marc.
[3] PS: Eu te amo. AHEM, Cecelia.