Não há hoje no futebol internacional paquera mais descarada do que a de Manchester United e Jadon Sancho. O inglês de 20 anos que joga no Borussia Dortmund já deu na cara de todo jeito: curtiu posts em redes sociais que o ligavam ao United, deu o famoso golinho d’água numa live e até já negociou seus termos pessoais com o clube.
Mas há mais do que indícios pueris de que Sancho chegará. Quem vem acompanhando a saga sabe que uma curtida em um tweet é coisa pouca perto de outros sinais gritantes de que o negócio acontecerá nesta próxima janela. Eles são:
Pode até não ser Champions League, mas estamos dentro, pelo menos, da Europa League. Eu, pessoalmente, sinto que ficaremos em terceiro nesta temporada e a punição contra o Manchester City será mantida.
Porém, se tudo der errado, é muito improvável que terminemos em oitavo lugar e fora da zona de classificação para a Europa League. Visto que Sancho poderia se sentir desestimulado caso não jogasse a Champions na próxima temporada, jogar uma competição européia que ele nunca jogou deve servir de algum estímulo (pelo menos parcialmente).
Já foi noticiado no nosso site que o United possui por volta de £190 milhões de libras à disposição de Ed Woodward. Este dinheiro, muito provavelmente, não será gasto em sua totalidade em compras. É esperado que o United mantenha-se dentro dos £150 milhões em contratações. Para que este valor seja ultrapassado, precisaríamos vender jogadores. E, adivinhem?!
É esperado que o United se desfaça de muita gente nesta janela de transferências. Aliás, é esperado que tanta gente se vá, que podemos ficar desfalcados demais para jogar tantas competições: uma européia a definir, Premier League, F.A. Cup e Carabao Cup.
De saída, temos três meio campistas: Alexis Sanchez, Jesse Lingard (vulgo Lingardinho Gaúcho) e Andreas Pereira. O primeiro está na Inter por empréstimo e por lá deve ficar. Os dois últimos não têm nem mesmo sentado no banco de reservas. Mas, mesmo não sendo relacionados, são peças com as quais precisamos contar caso haja titulares suspensos ou machucados.
Logo, o que se espera é que estes três saiam e pelo menos um chegue (Sancho) e algumas peças sejam promovidas dos times de base, como o excelente James Garner.
Que fase! Neste momento, estamos há dezessete jogos invictos e marcamos pra lá de cinquenta gols; continuamos vivos na F.A. Cup e na Europa League; nosso trio de frente é o mais letal da Europa e, por fim, ninguém consegue parar o incrível Bruno Fernandes.
Quem não gostaria de jogar em um time tão impressionante quanto o United vem sendo desde janeiro? Tudo indica que o espírito, o DNA que herdamos de Sir Alex Ferguson, voltou a se manifestar no clube através do brilhante trabalho de Ole Gunnar Solskjaer – uma pessoa que definitivamente incorpora o futebol vibrante e agressivo que sempre jogou sob o comando do escocês.
Celebrar gols com Fernandes, Pogba, Rashford, Martial, De Gea e Maguire também conta. Todos estão entre os jogadores mais populares hoje no planeta e todos estão entre os melhores em suas posições.
Uma das camisas mais pesadas do futebol mundial: a número 7 do Manchester United está sem dono. Com a partida de Alexis Sanchez (que nunca a mereceu), ela não foi utilizada nesta temporada. Está guardada esperando um dono. Um “winger”. Alguém que jogue pelas beiradas do campo como Cristiano Ronaldo e David Beckham fizeram com tanto sucesso.
A camisa 7 do United é, hoje, como Excalibur, a espada que só sairia da pedra se puxada pela pessoa certa.
A chance de vestir esta camisa não tem preço. Vesti-la é tornar-se, de imediato, um colosso do futebol mundial. É certo que tivemos “flops” fazendo uso dela, mas, por Deus!, tivemos gênios com Eric Cantona e George Best também (além dos citados Beckham e Ronaldo).
Não há paralelos no Borussia Dortmund para o peso desta camisa. Sancho sabe disso. E, se um dia ele sonhou ser um Rei da Inglaterra, aqui está a chance de finalmente tomar posse de sua Excalibur.
Bruno Coelho
Bruno Coelho é professor, tradutor e intérprete de Língua Inglesa desde 1999. Nascido em Belém do Pará, morou em 5 capitais brasileiras e hoje reside em São Luís do Maranhão, onde é servidor público e fã incondicional dos Red Devils.
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