Se por longos anos reclamávamos que o clube não oferecia a comissão técnica um elenco digno de Manchester United, hoje o retrato parece ser outro. As semanas vão se passando e fica cada dia mais evidente de que dentro de campo, o United não está correspondendo o investimento que foi feito fora dele.
De fato, a temporada está só começando, mas são esses pequenos tropeços que costumam fazer a diferença lá no final. É perceptível que dentro das quatro linhas o time vem passando por uma crise de identidade, onde perdido nas próprias ideias ou falta delas, o treinador simplesmente não consegue implementar uma formação e um estilo de jogo que potencialize o futebol de seus atletas.
Inicialmente precisamos elogiar o trabalho de recrutamento do staff que deu incorporou peças de primeiro calibre ao elenco. Vieram os reforços, mas parece que isso mais tem atrapalhado do que ajudado. Junto deles, veio na bagagem, expectativas e cobranças – totalmente legítimas.
A princípio, se desenhava um cenário lindo, onde parecia que finalmente os raios de sol iriam iluminar as gélidas matinas do céu escuro de Manchester, contudo, os dias vão se passando e a aurora que outrora pairavam sob o velho teatro foi completamente ofuscada por uma brisa obscura que trouxe um clima de tensão e dúvida.
Se diante do Young Boys foi a expulsão de Wan-Bissaka, contra o West Ham, primeiro o milagre do De Gea e depois porque eram os reservas, qual foi a causa hoje diante do Aston Villa? Como diria Marília Mendonça: “E agora de quem é a culpa?”.
A verdade é que o time parece completamente desordenado coletivamente. Gestão de tática e estratégias nunca foram o forte do Solskjaer, porém, mais do que nunca precisamos de um treinador capaz de gerir o plantel. Somente fazer boas campanhas não é mais suficiente. É necessário que o treinador saia da zona de conforto e busque evoluir também. Parece que o jogo virou e o elenco ficou grande demais para uma comissão técnica tão inexperiente. Gestão de vestiário é importante, mas não é suficiente para garantir resultados.
Respeitamos a história do ídolo Olé Gunnar Solskjaer e todo o trabalho de reconstrução que vem realizando nos últimos anos, mas ele aparenta estar na função errada. Talvez ele seja o diretor de futebol que por tantos anos sonhamos, mas como treinador ele tem ficado muitíssimo aquém do esperado. Suas decisões são muitíssimo questionáveis e não apenas pelos resultados vexatórios, mas sobretudo pela falta de consistência, organização e produtividade de um time que deveria oferecer dez vezes mais do que está oferecendo.
Até diríamos que é necessário tempo para encaixar as novas peças, contudo, o treinador tem optado por manter o mesmo esquema/estratégia mesmo que tenha peças novas. Incapaz de ousar e abrir mão de jogar com três meio campistas defensivos, o que está custando a produtividade do homem que deu sete assistências na temporada e sacrificando completamente a produtividade dos atacantes.
Está mais do que claro que está faltando velocidade nas pontas, capacidade de contragolpes e um elo entre Fernandes/Ronaldo que seja capaz de desequilibrar no drible, passe curto e infiltrações. Insistir em Fred/McTominay e Pogba de ponta esquerdo é de uma covardia e falta de ideias absurda.
Desta forma, é tempo do Solskjaer se reinventar e ser mais audacioso – caso queira terminar a temporada. Do contrário, os resultados não virão e consequentemente o bom clima no vestiário cessará, pois onde não há resultados e vitórias não existe felicidade.
Esperamos que as duras lições nas últimas partidas sejam ocasião de reflexão para comissão técnica e que as coisas voltem aos bons trilhos. É tempo de abandonar a mediocridade e partir para cima dos adversários como um verdadeiro diabo que ruge procurando a quem devorar, não como uma hiena histérica e atrapalhada que pisa no próprio rabo e acaba caindo do precipício.
Que as próximas semanas tragam esperança e o time finalmente encontre uma identidade. Há múltiplas possibilidades e soluções dentro do próprio elenco, basta ter um olhar mais atento, treinamento e ousadia que as coisas podem mudar. E caso não mudem, não restará outra via se não mudar aquele que é incapaz de promover as mudanças necessárias dentro de campo.
No peito um coração que pulsa relutantemente pela sua inexorável paixão, a bola. Filipy é amante incondicional do Vasco da Gama e do Manchester United, vive e respira futebol. O pernambucano de 19 anos é assíduo telespectador desse esporte que lhe arranca os suspiros mais ofegantes. Por causa dele, inclusive já furou encontro com a própria namorada. A bola é seu grande amor e somente sob à majestosa ótica daqueles belíssimos gramados verdes é que o pequeno estudante de direito encontra o seu maior refúgio nas tardes negras de domingo.
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