Por Filipy Bebeto
05/02/2016
Após o anúncio de que Guardiola seria o novo treinador do rival, muitos torcedores, sobretudo os mais jovens, afirmaram que em razão disso, os citizens agora estão no mais alto degrau do futebol europeu e que irão dominar o futebol inglês. A chegada dele causou um frisson que sinceramente não se coaduna com a realidade e explico o porquê:
O treinador espanhol por melhor que seja, não é a última coca cola no deserto e não está com essa moral toda, vide o trabalho mediano no Bayern de Munique, onde conquistou tão somente títulos nacionais, títulos estes que QUALQUER BOM treinador com aquele elenco e condições de trabalho conseguiria, arrisco dizer que com o time reserva + 3 titulares, o time venceria a Bundes facilmente. Sem falar que precisou comprar os principais destaques do único rival local a nível.
Mérito? Talvez, visto que o estilo de jogo vinha sendo muitíssimo contestado por nomes como Franz Beckenbauer, inclusive. Ocorre que, em competições internacionais, o time passou o maior VEXAME em duas ocasiões. Como explicar aqueles QUATRO a ZERO em plena Allianz pro Real Madrid? Era só uma semifinal de liga. Vale lembrar, que o Manchester United de Moyes foi um adversário duríssimo de ser batido pelo próprio Bayer.
Na temporada seguinte a oportunidade de ir mais além, que no entanto sucumbiu diante de um erro tático amador do próprio treinador face o Barcelona do trio MSN. (O time adversário jogava com três atacantes poderosos e só sendo muito inocente pra achar que jogar no mano a mano com eles seria algo inteligente. Guardiola usou três zagueiros, sem ninguém na sobra e somente um volante fazendo a cabeça de área. Percebido o erro, fez os devidos ajustes, aderindo a linha de quatro com um cabeça de área, mas já era tarde. O confronto já tava matado no primeiro jogo (novamente).
Mais uma época se passa e Guardiola novamente esbarra nas semifinais para um clube espanhol. Desta vez para o Atlético de Madrid, do estrategista e aguerrido Diego Simeone. No jogo de ida, Guardiola com milhares de improvisações e escolhas exóticas colocou em cheque a classificação. A torcida do próprio Bayern não aliviou com o treinador, conforme pode se ver no texto: Bayern perdeu para o Atlético, e a culpa é do Guardiola, da autoria de Bruno Secco, do Bayern à Secco, da ESPN FC.
Como consequência disso, o elenco mais robusto e qualificado de toda Europa sucumbiu mais uma vez antes de chegar às finais da principal competição continental.
Para fins de ilustração, os anos de Louis van Gaal no Bayern de Munique foram bem mais dolorosos. Chegou com um time abalado após a bagunça que Klinsmann tinha deixado, situação quase semelhante a era Moyes e o treinador procedeu a reformulação do time, onde diferentemente da nossa veio acompanhada de títulos e ótimos desempenhos em competições europeias.
Van Gaal copou 1 Bundes League, 1 Copa da Alemanha, 1 super copa, 1 vice-campeonato europeu, menos que o Guardiola né? Só que em circunstâncias totalmente diferentes. O elenco passava por reformulação, a defesa era composta por Butt, Lahm, Van Buyten, Demichelis e Contento e no comando do ataque era Olic e os rivais incomodavam muito mais.
E OLHE QUE O VAN GAAL É “BURRO”.
Atualmente o Bayern possui o elenco mais robusto da europa, então a premissa de “O City vai ser candidato a Champions League” na teoria não procede, porque se nem com esse super Bayern a coisa tá fluindo, imagina sem camisa, tradição e com elenco pendente de ajustes. Guardiola é aposta, não é certeza. Afinal, Van Gaal também chegou com status de “lenda”.
RESUMINDO:
Reconheçamos sim que o City está se tornando sim um clube mais forte que o nosso há anos, muito em razão da ambição. Existe investimento, organização e comprometimento com o futebol, não só com os lucros.
Que o espanhol é um excelente treinador, disso ninguém tem dúvidas, que ele é um invencionista e exerce um bom papel de marketing, gestão e futebol, também não. Mas não se preocupem com Guardiola, se preocupem com os Glazzers, com Ed Woodward e todos esses cânceres que administram nosso clube, pois se fosse da vontade deles, teríamos uma comissão técnica, zagueiros, laterais, atacantes e tudo que o City no mesmo nível ou melhores.
É questão de competência, organização e vontade, coisas que sinceramente são os maiores causadores da crise pós Ferguson.
No peito um coração que pulsa relutantemente pela sua inexorável paixão, a bola. Filipy é amante incondicional do Vasco da Gama e do Manchester United, vive e respira futebol. O pernambucano de 19 anos é assíduo telespectador desse esporte que lhe arranca os suspiros mais ofegantes. Por causa dele, inclusive já furou encontro com a própria namorada. A bola é seu grande amor e somente sob à majestosa ótica daqueles belíssimos gramados verdes é que o pequeno estudante de direito encontra o seu maior refúgio nas tardes negras de domingo.
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