Por Melissa Gargalis
12/07/2015
Aberta a janela de transferências do futebol europeu. Período para ligar os radares e ir em busca de novos reforços.
Até o momento, quatro contratações – Memphis Depay, Bastian Schweinsteiger, Matteo Darmian e Morgan Schneiderlin.
E o que dizer? Schweinsteiger, quem poderia imaginar?! Sem dúvidas, o alemão de 30 anos é a grande contratação para a próxima temporada. E, para mim, é o tipo de investimento que faltava ao Manchester United. O investimento certo para o agora.
Deixe-me explicar…Investimento certo, porque Schweinsteiger é um jogador para ser titular. Não tenho dúvidas de que sua chegada à Old Trafford será absolutamente proveitosa. Não somente pela qualidade técnica do alemão, mas também devido à vasta experiência adquirida pelo hábito de atuar em grandes decisões. Esse fator será decisivo para ajudar o United em seu retorno à disputa da melhor competição do mundo, a UEFA Champions League.
Creio que todos nós ficamos satisfeitos com essa contratação. No entanto, acompanhando alguns dos comentários, observei que ainda existem muitos torcedores red devils que pedem por mais e mais contratações.
Por esse motivo, devo lembra-los que ainda temos um bom trabalho nas categorias de base. É verdade, que não é sempre que temos a possibilidade de revelar grandes jogadores, ou até mesmo gerações, como foi a da famosa turminha campeã da Champions em 1998/99. Scholes, Beckham, Butt, Giggs, Gary e Phil Neville…Naquele time ainda tínhamos Roy Keane, Denis Irwin, Andy Cole, Dwight Yorke, só para citar alguns, que traziam experiência e ajudavam na construção e formação daquela geração.
É por esse motivo também, que penso que sair gastando como se não houvesse o amanhã, comprando meio time de grandes estrelas não faz parte da tradição e essência deste clube.
Apesar de as duas últimas temporadas, que foram de péssima à razoável, a questão financeira permaneceu tão boa quanto aos anos vitoriosos conduzidos por Sir. Alex Ferguson. Fechamos patrocínios records com a Adidas e Chevrolet. Trouxemos Di Maria, Blind, Rojo, Shaw, Herrera e Valdes.
Agora já temos mais quatro contratações das quais já me referi aqui. Ao todo, na era van Gaal, são dez contratações. Talvez não seja o caso, mas somando mais uma contratação já teríamos um time completo feito apenas de “peças compradas”. E neste caso, a identificação do jogador com o clube e com a torcida seria mínimo. Chegando ao ponto de abandonarem o barco em qualquer oferta mais rentável que venham a receber ou até mesmo em um período de crise de resultados.
Ao meu ver, a política de contratações do Manchester United sempre foi muito bem equilibrada. Enquanto comprávamos um ou dois jogadores já formados, experientes e muitas vezes até mesmo excepcionais, conseguíamos subir ao elenco principal, pelo menos um ou dois jogadores da base. Em alguns casos viriam a atuar com o time principal, tornando-se peças importantes, e na pior das hipóteses, ao menos, conseguíamos maior valorização do atleta para uma venda futura.
Entendo que para sermos competitivos e nos adequarmos aos negócios do futebol moderno, temos que abrir os cofres, mas também não vamos confundir as coisas. Tendo receitas, números (tratando-se de finanças) próximos aos do Real Madrid (que garante a primeira colocação segundo o relatório da Deloitte, empresa de consultoria), não nos faz copiar os moldes de gastos e contratações do time merengue. Mesmo reconhecendo que as possibilidades de títulos sejam mais evidentes com essa política de contratação.
Temos tradição, e sabemos quais caminhos trilhar. Sabemos que nem sempre teremos um jogador pronto na base para assumir determinada posição e, quando, nas categorias de base, não existem perspectivas para determinado setor, ai sim, devemos ir às compras e, se for preciso, investir pesado em uma única contratação, desde que seja o investimento certo.
Por fim, sabemos o quanto sofrível é a nossa defesa….sofremos com muitas lesões de jogadores e por isso, não temos uma dupla titular de zagueiros centrais. Esse é o ponto mais urgente como sempre falo em todas as colunas. Já tentamos alguns garotos da base, que não são ruins, mas que sem ter uma grande referência, uma voz de comando ao lado, mostram que não estão 100% prontos para resolverem nossos problemas.
É, por fim, neste caso, que devemos trazer alguém que nos caia como a contratação de Schweinsteiger. Sem nos expor a riscos ou apostas, sem nos iludirmos com quantidades, números ou carismas, mas apenas saber investir no que é necessário, no jogador certo.
Estudante de jornalismo e colunista do ManUtd BR. Desde que me conheço por gente vivo e respiro futebol. Fã incondicional do Manchester United. Motivo? História, respeito, raça, tragédia, vitória, título e acima de tudo símbolo! Quantos aos outros? Nunca serão!
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