Em 16 anos da carreira de treinador, os clássicos nacionais tomam conta de José Mourinho, que vivenciou os grandes embates durante os períodos no Benfica, Inter de Milão, Real Madrid, e no próprio Chelsea. No Manchester United não é diferente. Recentemente, estreou o primeiro clássico com o vizinho Manchester City, e agora está a disputar outro, diante o segundo maior campeão inglês, o Liverpool, nesta segunda-feira (17).
Maior do que o confronto com os Citizens, a rivalidade com o Liverpool vem de séculos, antes dos dois dividirem o pódio de campeões do país e muito antes de sequer o futebol existir. Por isso, Mourinho reconhece a importância do jogo, principalmente porque os Diabos Vermelhos se encontram abaixo do esperado na tabela de classificação, em sétimo lugar, a três pontos dos estáveis Reds de Klopp na quarta colocação, com 16 pontos.
Em coletiva direto do Complexo de Treinamento do United, com muita propriedade, comparou a grande rivalidade inglesa ao lado de outras que vivenciou na Espanha, Itália e Portugal. “Estou ansioso, eu sempre gosto de jogar em Anfield. Eu venci e perdi grandes partidas lá, então não posso dizer que gosto de lá por eu ser bem sucedido, porque isso não é verdade. Eu gosto de ir lá pela atmosfera das partidas”, disse. “Ser treinador do Manchester United significa algo maior. Não posso comparar a histórica rivalidade do Liverpool com o meu antigo clube [o Chelsea] com United e Liverpool. É uma grande partida que pode ser comparável com Inter de Milão versus Milan, Real versus Barcelona e talvez até Porto versus Benfica”, comparou.
Nos tempos de Chelsea, Mourinho leva uma pequena vantagem contra o Liverpool. Num total de 23 encontros, venceu 11, empatou seis e sofreu seis derrotas. Em Anfield, porém, o português contabiliza apenas três triunfos e três empates, algo tanto quanto incomum para o treinador que estabeleceu uma supremacia na Inglaterra, colecionando inúmeros de títulos pelos Blues.
Por fim, pronunciou-se sobre o quão importante é ambas torcidas participarem do jogo de forma pacífica, uma vez que no último embate de ambos, válido pela Liga Europa, foram registrados casos de violência entre alguns torcedores opostos e incluindo depredação de alguns assentos do Old Trafford.
“Vou para lá jogar o meu jogo, faço meu trabalho e desfruto dele como normalmente faço. Eu acho que os torcedores também devem aproveitar, apoiando seu time e criando uma atmosfera negativa para o oponente, mas seguindo os limites de segurança e respeito. Creio que é isso que vai acontecer”, afirmou. “Nós temos algumas ‘tragédias no futebol’, se podemos dizer assim, como quando você perde um grande jogo ou quando um jogador comete erros. A tragédia humana, de qualquer maneira, é algo muito mais sério e que não deve-se reproduzir no campo de futebol. Estas tragédias precisam do nosso respeito, então eu ficaria muito triste se algum ponto negativo ocorrer nesta grande partida”, finalizou.