Pressão, cobrança e o imediatismo são algumas dores de cabeça que todos os clubes grandes encaram, principalmente quando estão numa fase ruim, se submetem a ouvir de tudo como se já não precisassem lidar com o tropeço sofrido na mesma semana. E foi este cenário do ‘inferno ao céu’ que José Mourinho e seus comandados viveram após o empate contra o Liverpool, com o brilhante triunfo sobre o Fenerbahçe que renovam as esperanças na Liga Europa, sobretudo, na temporada no geral.
No curto espaço de dois dias de um jogo para o outro, o United mostrou uma cara completamente diferente muito devido a algumas peças que não se saíram bem no clássico mas tiveram seu momento de redenção como Paul Pogba, autor de dois dos quatro gols diante os turcos, que deu razão para Mourinho, na entrevista coletiva após o certame, responder as críticas entoadas no decorrer da semana na direção do francês.
“Primeiro de tudo, vindo de algumas de suas bocas, ele passou de pior jogador da Premier League para o melhor em 48 horas”, disse. “Não estou especificando que foi você, e quando eu digo ‘você’ eu me refiro a mídia – especialmente os Einstein’s. Mas a verdade é que nós sabemos que ele é um bom jogador que precisa de tempo para mostrar todo o seu potencial”, afirmou.
“Eu conheço o futebol italiano muito bem, e conheço o modo italiano de jogar. É completamente diferente da Premier League. Não estou dizendo que somos melhores que eles. Eu só estou dizendo que são diferentes. Nós podemos diferenciá-los através da intensidade, espaço de jogar, números de toques que você tem na bola, diferente tempo que você tem para decidir, tudo é diferente. E ele precisa de tempo para se adaptar”, justificou.
“O que ele pode levar de hoje à noite? Não acho que muito porque ele é um garoto autoconfiante. Ele não é do tipo de quem fica depressivo por causa de alguns comentários dizendo que ele é ruim. Ele é apenas calmo, e eu não acho que hoje a noite fez uma grande diferença. Mas é sempre bom para o jogador marcar, principalmente em casa e especialmente da forma que ele reproduziu”, concluiu Mourinho.
Além disso, algumas incógnitas rodeiam na equipe do português, como a situação de Chris Smalling, substituído no intervalo com Marcos Rojo entrando em seu lugar. “Ele [Smalling] estava sentindo o músculo, e como estava 3 a 0, decidi substituí-lo. Espero que ele possa se recuperar para o fim de semana”. Vale lembrar que, além de do zagueiro, quatro nomes se encontram entre os desfalques, são eles: Morgan Schneiderlin, em fase de recuperação até a próxima semana após uma pancada em treino, Phil Jones e James Wilson, sem data definida de retorno por lesão no joelho.
O segundo ponto foi a ausência de Mkhitaryan entre os relacionados, que não joga desde o dia 10 de setembro, mas que já se recuperou de lesão e vem treinando.“A situação é que nós jogamos com Lingard, Mata e Martial. Eu não sou um Einstein, eu não conheço um sistema tático para jogar com quatro pontas ao mesmo tempo. Ele tem muito trabalho para fazer, pegar intensidade e o condicionamento real para jogar em alto nível”, explicou.
“Para tê-lo hoje no banco e ganhar 15 ou 20 minutos, como eu fiz com Memphis, eu acho que o melhor para ele é trabalhar mais da mesma forma que ele fez ontem, obviamente. Penso que foi muito melhor para ele ter trabalhado hoje, como ele fez em sessões específicas, do que esperar pela sua chance. Mas ele estará pronto, em breve”, confirmou o professor.
Domingo será mais um grande jogo fora de casa diante o Chelsea, marcando o encontro de Mourinho com o ex-clube onde foi um dos maiores, senão o maior, treinador da história, às 13h no horário de Brasília. Será a briga direta pela zona de acesso, já que os Blues de Conte se encontram na quinta posição com 16 pontos, a dois de vantagem dos Diabos Vermelhos, tendo apenas o Everton separando-os, este que encara o Burnley no Turf Moor.