Os protestos dos torcedores do Manchester United contra a família Glazer, proprietária do clube, chamaram atenção de todo o mundo do futebol neste domingo (02) após parte destes torcedores invadirem o gramado do Old Trafford e forçarem um adiamento da partida contra o Liverpool, pela Premier League, que seria disputada no estádio.
Uma das principais reivindicações dos torcedores nestes protestos que tiveram o seu estopim após a criação da Super League, é a venda do Manchester United pela família Glazer ou, pelo menos, de parte das ações do clube. O modelo solicitado pelos torcedores é o conhecido como 50+1, onde o clube é “seu próprio dono”.
Na regra do 50+1, a maior parte das ações do clube ficam com os seus sócios-torcedores, que passam a ter o maior poder de voto em qualquer decisão a ser tomada pelo clube. Sendo assim, os investidores comerciais teriam possibilidade de fazer sugestões, mas não poderiam tomar decisões sem que a maioria dos seus sócios-torcedores não concordasse.
Esta regra é comum no futebol alemão. Por lá, nenhum clube pode disputar as ligas casos os investidores possuam mais de 49% das ações do clube. Mesmo em clubes fundados por empresas, como o Bayer Leverkusen (Bayer), Wolfsburg (Volkswagen) e o RB Leipzig (Red Bull), esta regra é respeitada pelos proprietários.
Esta regra é bem vista pelos torcedores do Manchester United para o clube já que, em algumas oportunidades, ela impediu de clubes como Bayern de Munique e Borussia Dortmund tomarem decisões contrárias às opiniões da maioria de seus torcedores.
O Manchester United é de propriedade da família Glazer desde 2003 quando Malcom Glazer, o patriarca da família, começou a comprar ações do clube. Após o falecimento de Malcon, em 2014, a propriedade passou aos cuidados de Joel e Avram Glazer, dois dos filhos de Malcom.