As contratações de Eric Bailly, Zlatan Ibrahimovic e Henrikh Mkhitaryan mostram que o United tem, finalmente, algo que faltava desde a aposentadoria de Sir Alex Ferguson: a influência de um técnico.
Receber uma proposta do Manchester United há mais de 5 anos era a utopia de qualquer jogador: um lendário técnico, em um time acostumado com o pico da tabela e um elenco formidável. Sob a batuta do escocês a contratação de grandes astros ou promessas do futebol mundial era algo comum, vide exemplos de Cantona, Van der Sar, C. Ronaldo, Rooney, Van Persie e outros vários.
Os técnicos que o sucederam, entretanto, não tiveram o mesmo prestígio. Moyes, “The Chosen One”, trouxe apenas Fellaini (seu ex-comandado no Everton e consciente de que esta seria sua única chance de jogar em um time de nível mundial) e Juan Mata (despejado de Londres por Jose Mourinho). Ambos são criticados no clube – apesar da torcida mostrar uma certa afeição pelo espanhol; ao contrário do belga, cuja saída é amplamente discutida entre os torcedores – e refletiram a fraca imagem do escocês, cuja mera lembrança é uma desgraça à história do United.
Já Louis van Gaal conseguiu trazer uma maior quantidade de reforços para Carrington – 12 no total -, além de dispensar ou vender outros atletas que já não eram os mesmos de outrora (15). Entretanto, com sua rígida filosofia, também teve discussões com jogadores que decidiram deixar Old Trafford (Nani, Van Persie, Di Maria e Valdes), trazendo certo prejuízo técnico para a equipe. As altas quantias gastas – mais de 250 milhões de libras em dois anos – não corresponderam ao esperado dentro de campo, com o United conquistando apenas a FA Cup e não tendo bons desempenhos na Premier League e na Liga dos Campeões.
Jose Mourinho, por fim, é um nome que traz segurança para as novas contratações. Suas três aquisições até o momento (e com o nome de Paul Pogba sendo fortemente vinculado ao United) mostram que o clube recuperou parte da confiança com os jogadores – Mats Hummels, recentemente contratado pelo Bayern Munchen, teria alegado que só não aceitou a proposta do United pela vontade de jogar a UEFA Champions League. Além disso, sua conhecida mentalidade – e demonstrada em sua primeira entrevista coletiva – demonstram um técnico que realmente tem noção do tamanho do clube que irá comandar e da responsabilidade e cobrança que estão implícitas no cargo. Não podemos afirmar que “o Manchester United de Mourinho” conquistará todos os torneios que disputar nos próximos anos, mas com certeza será um time que terá – pela primeira vez desde Sir Alex Ferguson – chances de ficar na belíssima história já construída pela equipe.