Com o empate contra o Tottenham, o Manchester United volta a Old Trafford para as celebrações de fim de ano. Após um começo instável e muito prejudicado pela ausência de atletas importantes, Louis van Gaal conseguiu organizar a equipe de uma maneira que não foi vista com David Moyes, voltando aos primeiros lugares da tabela e remontando a vitoriosa época de Sir Alex Ferguson. Com anúncios importantes, novos jogadores e várias despedidas, o final do ano é muito superior ao que foi o início.
Sendo assim, listamos aqui os 10 fatos mais importantes da temporada, e quais suas contribuições para o presente e para o futuro do clube.
- Demissão de Moyes, experiência de Giggs e chegada de Louis van Gaal (Abril – Maio)
Apontado pelo próprio Sir Alex Ferguson como seu sucessor no comando do Manchester United, David Moyes chegou à Old Trafford com o peso das comparações com o compatriota. Com fracas atuações no início do ano e as constantes eliminações em competições nacionais e internacionais, o escocês foi ceifado do cargo nove meses após sua admissão. Nas rodadas finais da temporada 2013/14, Ryan Giggs assumiu como jogador-técnico e teve um bom desempenho com o desacreditado time, que serviu como uma excelente experiência para o galês. Anunciado pouco antes da Copa do Mundo, Louis van Gaal trouxe esperança para a torcida ao levar a Holanda para a semifinal do mundial, e após os três meses de adaptação pedidos em seus primeiros dias no cargo, hoje aparece como um líder incontestável na lateral do gramado. Com sua rigidez e sua filosofia, deu ao time uma expressão que não se viu com Moyes, e vem fazendo do Manchester United um clube à altura de sua história.
- Ausência da UEFA Champions League e UEFA Europe League (Maio)
Desde 1995/96 frequentando a Liga dos Campeões e há 24 anos aparecendo em competições continentais, a atual temporada parece incompleta para os torcedores. Resultado da pífia campanha de David Moyes, o United tem como único objetivo em 2015/16 assegurar sua vaga de direito na UEFA Champions League. Apesar dos prejuízos financeiros que a ausência da competição causa, o clube se consola no calendário enxuto, menor que dos rivais diretos Chelsea e Manchester City, para tentar alcançar o topo da Premier League.
- Aposentadoria de Ryan Giggs (Maio)
Após 24 anos defendendo o clube, o eterno ídolo Ryan Giggs se aposentou dos gramados. Ao fim de sua vitoriosa carreira, o galês ainda atuou como jogador-treinador, dando início à uma possível carreira técnica. Com as chuteiras penduradas, Giggs agora é braço direito de Louis van Gaal na comissão técnica do clube, e muitos acreditam que o antigo dono da camisa 11 um dia será efetivado na posição de manager.
- Falecimento de Malcolm Glazer (Maio)
Dono do clube desde 2005, o americano Malcolm Irving Glazer nunca foi uma unanimidade entre os torcedores, sendo que um pequeno grupo criou seu próprio time, o “FC United of Manchester” após a família Glazer se tornar sócia majoritária da marca. Glazer, que faleceu em 28 de Maio, era acusado pela torcida de deixar uma dívida milionária nos cofres do United, além de economizar nas aquisições dos jogadores. Curiosamente, o novo acordo com a Adidas e com a Chevrolet ocorreram somente após sua morte.
- Chegada e saída de jogadores (Junho – Agosto)
Se David Moyes trouxe “apenas” Juan Mata na janela de transferências de Janeiro, Louis van Gaal foi às compras e adquiriu Marcos Rojo, Luke Shaw, Ander Herrera e Daley Blind para o clube, além de investir pesado em estrelas como Angel Di María e Falcao Garcia. No sentido contrário, entretanto, os torcedores deram adeus a jogadores que fizeram história no clube, como Nemanja Vidic, Rio Ferdinand e Patrice Evra. Shinji Kagawa, que teve poucas oportunidades no clube, voltou para o Borussia Dortmund.
- Acordo com a Adidas e patrocínio da Chevrolet (Julho)
Anunciado em Julho, o acordo com a fornecedora de material esportivo alemã tem duração de 10 anos em um valor de £750 milhões, o maior do futebol na atualidade. Além disso, a montadora de automóveis americana paga anualmente £47 milhões para estampar na camisa vermelha sua marca. Com esse montante, o clube já mostrou que será ativo no mercado de transferências.
- Aposta em Promessas (Agosto – Dezembro)
Apesar das contratações, a temporada 2014/15 marcou a estreia de vários jovens no time titular. Desde a pré-temporada, nos Estados Unidos, Louis van Gaal apostou nos garotos da base, como Paddy McNair, James Wilson, Tyler Blackett, Jesse Lingard, Andreas Pereira, Michael Keane, Will Keane e Reece James. Além disso, Adnan Januzaj herdou de Ryan Giggs a camisa 11 e participou de vários jogos da Premier League.
- Excesso de lesões (Agosto – Dezembro)
A matemática é simples: se chegam mais jogadores, aumentam as chances de termos mais lesionados. Van Gaal precisou improvisar suas escalações em várias partidas desta temporada, uma vez que alguns setores do time tinham todos seus integrantes lesionados. Na última semana do ano, sete jogadores estavam listados no departamento médico do clube: Januzaj, Di María, Herrera, Fellaini, Rojo, Shaw e Blind.
- Boa fase de De Gea (Novembro – Dezembro)
Talvez o fator chave para a atual fase do clube. Vivendo o melhor momento de sua carreira, o espanhol teve no jogo contra o Liverpool o ápice de seu desempenho, com defesas milagrosas que asseguraram a vitória. Com uma participação sólida na pequena área, De Gea agradece a confiança de Louis van Gaal sendo o único jogador que atuou em todas as rodadas da Premier League como titular. Especulado no Real Madrid e com uma novela em torno de sua renovação, a permanência do goleiro é o desejo da torcida Red Devil para o próximo ano.
- Manutenção da boa sequência (Novembro – Dezembro)
Com sete vitórias e dois empates nos últimos nove jogos, os comandados de Louis van Gaal parecem adaptados com as filosofias do treinador. Jogando um futebol não visto na temporada anterior, o time mostra bom entrosamento em campo, com sólidas atuações da frágil defesa e, por muitas vezes, domínio total do lado ofensivo do gramado. Além disso, tornou-se comum nos jogos do United ver jogadores do ataque auxiliando na marcação mais recuada e efetuando bons desarmes, que acabam resultando em várias chances de gol.