Dez em cada dez torcedores do Manchester United acordaram neste sábado sem grandes perspectivas para a decisão da Copa da Inglaterra contra o arquirrival Manchester City.
Afinal, além de enfrentar o atual tetracampeão inglês (feito inédito na história e conquistado na semana anterior), atual campeão da Champions League e da própria Copa da Inglaterra, os torcedores vermelhos estavam descrentes com o próprio time.
Uma sequência catastrófica no início e final da temporada deixou o United no vexatório oitavo lugar da Premier League, fora das competições europeias (até da Conference League!).
Isto depois de ser eliminado na primeira fase da Liga dos Campeões em um grupo horroroso no qual terminou em último atrás de Galatasaray/TUR, Bayern de Munique/ALE e até do FC Kobenhavn/DIN, com direito a mais de meia-dúzia de falhas do novato goleiro Onana (sim, não é um exagero) em todos os jogos da fase de grupos. Sem contar dar outro vexame na tentativa de defender o título da Copa da Liga Inglesa ao levar 3×0 do Newcastle em casa.
Porém o futebol… Ah, esse velho maluco…
O time de Erik Ten Hag (fica, sai? Clique aqui e veja mais informações) teve o controle tático do jogo o tempo todo. Jogando com dois zagueiros de qualidade, Varane em sua despedida e Martínez enfim saudáveis, improvisando Dalot na esquerda e recheando o meio-campo. Apenas Rashford e Garnacho no ataque, atacando a linha alta dos Citizens. Fora um sustinho no primeiro minuto, aos 25 todo mundo se olhou e disse: “olha, estamos bem, controlando o jogo e deixando o City se afobar. Tamo dentro”.
Dito e feito: aos 28, numa trapalhada de Gvardiol e Ortega, o talismânico Garnacho fez 1×0. Mal deu tempo do City ameaçar e o 2×0 chegou, novamente explorando a linha alta do City, saiu num gol brilhante de Mainoo após um passe pornográfico do sr. Bruno Fernandes. Que capitão temos, senhoras e senhores!
No segundo tempo, fora um chute forte de Kyle Walker, uma bola no travessão de Haaland (que ainda não saiu do bolso do Licha), e uma chegada de Julian Alvarez. O time de Guardiola só descontou num gol que contou com uma falha marota de Onana em uma batida despretensiosa de Doku.
E acabou. Ganhamos. E ganhamos bem, merecidamente, sem erros de arbitragem. Na bola, no campo. Na estratégia e no coração.
Mas e o futuro? O que esperar deste clube, em reconstrução dentro e, principalmente, fora dos gramados?
Novo treinador? Reformar Old Trafford? Construir um novo? Quem fica e quem sai do time?
Isto é papo para a próxima coluna…
Esta semana comemoraremos. E muito.
De Jacarta/IND até Los Angeles/EUA. De Tromso/NOR até a Cidade do Cabo/ARS, só ouvimos um som no último sábado:
“GLORY, GLORY MAN UTD… GLORY, GLORY MAN UNITED… GLORY, GLORY MAN UNITED…
AND THE REDS GO MARCHING ON! ON! ON!”
P.S. A frase do título desta coluna é do saudoso Mário Jorge Lobo Zagallo, que proferiu a mesma após o Brasil levar um baile e ser eliminado pela Holanda na Copa de 1974.