Alex Stepney garantiu sua imortalidade em Old Trafford em um momento de ação explosiva numa suave noite de 1968 em Wembley. Os homens de Matt Busby estavam presos cada um com o seu adversário (Benfica) na final da Copa da Europa. Veio a prorrogação, Eusébio superou a defesa inteira do United e só tinha o goleiro entre ele e a glória.
O brilhante português chutou forte e baixo, Alex mergulhou e agarrou a bola – ou a bola bateu nele ? De qualquer modo, ela ficou lá, o United ficou aliviado e seguiu para alcançar o fim do seu arco-íris. Depois daquilo, a maioria dos fãs dos Red Devils perdoariam Alex de qualquer coisa. Como eles tinham muito pouco do que desculpá-lo, somente do estranho soluço, ele se fez como um dos maiores goleiros do clube.
Ele foi comprado por 55.000 libras – um recorde mundial por um goleiro à época – do Chelsea logo depois do começo da temporada de 1966/67 que terminaria com a bandeira do título Inglês sobre Old Trafford. Com a carreira de Harry Gregg virtualmente terminada por contusão, o treinador optou por Alex depois de decidir que nem Pat Dunne nem o tendente a contusões David Gaskell estavam aptos à camisa 1. O alegre Londrino, que jogou maravilhas pelo Milwall antes de ir para Stamford Bridge, confirmou a opinião de Matt com uma série de jogos perfeitos que o fizeram titular até que seu nível caiu na virada da década.
Por metade da temporada ele foi substituído por Jimmy Rimmer e reagiu, pedindo para ser transferido, o que lhe foi negado. Logo após ele retomou seu lugar e reinou supremo, sem contar um breve período conturbado quando Tommy Docherty preferiu Paddy Roche – até 1977/78, sua última temporada. Alguns jogos pela América e com o time amador do Altrincham o levaram a se aposentar como jogador, depois ocupando várias posições até voltar ao Manchester como parte da comissão técnica em 1995.
Por quase todo seu tempo no United, Alex era cotado como um dos melhores goleiros da Inglaterra, embora tenha jogado apenas uma vez pela seleção, e nunca atingiu os níveis de Jennings, Clemence e Shilton. Ele não era um jogador brilhante, e talvez sua melhor qualidade era o posicionamento, embora demonstrasse agilidade quando preciso. Alex era um bom “falador” que esperava – e geralmente tinha – a última palavra dentro da área, e distribuía bem a bola, sem jogá-la para o campo de ataque quando podia jogar para um colega melhor colocado.
Nos seus primeiros anos em Old Trafford, esteve sujeito à alguns períodos de falta de confiança nos cruzamentos. Conforme seu jogo foi ganhando mais experiência, essas aberrações diminuíram e estava em seu melhor no fim da carreira.
Alex era figura constante pelos 12 anos de incidentes, quase sempre turbulentos, em que jogou por cinco técnicos e que viu o United na montanha-russa, despencando para a segunda divisão e emergindo transformado para ganhar novos títulos. Um brincador no vestiário e um mortal atacante nos treinos – quem pode esquecer que ele liderou a lista de artilheiros do Manchester por meia-temporada, por cortesia de dois pênaltis ? – Alex Stepney foi um dos mais influentes e divertidos personagens do clube. Sua história em Old Trafford é de verdade bem honrosa.