Com Tom Finney chegando ao fim de sua ilustre carreira, David Pegg era visto por muitos como o homem que, a longo prazo, substituiria Finney. Aí veio Munique. Embora Albert Scanlon estava deixando-o de fora do time na época do desastre, havia muito mais para vir de David, que tinha apenas 22 anos quando morreu.
Um antes garoto da escola que foi pretendido por todos os melhores times, ele estreou em 1952/53 aos 17 anos. Ele tinha se tornado um dos mais respeitáveis meia-esquerda da Football League quando perdeu o ritmo no fim de 1957 e deixou Albert entrar no time. Também gozava de invejável reputação na Europa, com grande interesse do Real Madrid, que dizem ter uma vez contratado um zagueiro especificamente para combater seu talento.
David, que ganhou dois títulos do Campeonato, era mais de toque de bola do que corredor. Laterais achavam-no elusivo ao marcá-lo, já que tinha o hábito de jogar por dentro, onde fazia melhor seu trabalho. Nessas jogadas de penetração, ele era tão suave que parecia pairar no campo, ainda que mesmo com toda essa graça ele tinha um poderoso chute de esquerda.
Ele também era um preciso cruzador, uma benção para Dennis Viollet, com quem formou uma parceria letal no lado esquerdo, e o atacante Tommy Taylor.
David Pegg tinha apenas um jogo pela seleção quando perdeu a vida mas a Inglaterra, tanto como o Manchester United, foi roubado de um talento precioso naquele sombrio dia de fevereiro em 1958.