Por uma década, Martin Buchan foi o jogador mais influente do Manchester. Haviam alguns críticos de futebol que não consideravam Martin Buchan como um grande jogador.
Até então, embora apenas com 23 anos, Martin tinha jogado pela seleção, tinha sido capitão do seu clube, ganho uma Copa da Escócia e votado jogador do ano na Escócia. Para um homem desse calibre e maturidade, United pagou apenas 125.000 libras, e raramente se viu tamanha barganha.
Um indivíduo disciplinado e confiante, ele se adaptou rapidamente e começou a demonstrar um jogo calmo que se tornou sua marca. Nessa época, o United era um time fraco, e depois de duas temporadas de batalha, foi rebaixado. Martin, o então capitão, liderou-os de volta na primeira tentativa, mostrando um grande exemplo para todos.
Mas foi durante as próximas cinco temporadas que ele atingiu seu ápice, formando duas parcerias efetivas, primeiro com Brian Greenhoff e depois Gordon McQueen. Martin era um defensor firme, ao invés de cruel, e podia ler o jogo bem, mas sua principal qualidade era a velocidade. Se ele fazia uma besteira, o que não era comum, ele “mudava a marcha” e retificava antes do adversário levar vantagem disso. Sem dúvida o passe era o aspecto mais fraco do jogo de Buchan, mas isso não importava muito já que ele se limitava a distribuir o jogo simplesmente. Ocasionalmente, quando estava mais ambicioso, ele perdia a bola, mas havia sempre a garantia daquela rápida aceleração.
Um homem com princípios fortes, Martin decepcionava algumas pessoas com uma atitude descompromissada que beirava o excêntrico. Ele esperava que aqueles ao seu lado atingissem seus altos padrões, e ele era formidável quando isso não acontecia – pergunte a Gordon Hill, cuja as orelhas foram golpeadas em público.
Mas acima disso Martin Buchan vai ser lembrado como um daqueles jogadores do United que os fãs não suportavam que não jogasse um jogo, da mesma maneira que a ausência de Bryan Robson foi sentida nos últimos anos. Quando parecia que ele iria perder a final da FA Cup de 1977 contra o Liverpool, os profetas do apocalipse saíram com força total. Naquela ocasião, embora não 100%, ele jogou – majestosamente – e destruiu a grande ameaça de Kevin Keegan, para os Red Devils levantarem a taça.
Quando os anos 80 chegavam, Martin começou a se deparar com problemas físicos e em agosto de 1983 ele se despediu de Old Trafford. Depois, ficou pouco tempo em Oldham e menos tempo ainda como técnico do Burnley, uma tarefa que descobriu que não estava apto a realizar. A palavra final, se é preciso alguma, das proezas de Martin no auge fica com os técnicos. Eles votaram nele para jogador do ano de 1977. E eles conhecem disso.