Assistir Eddie Colman em um campo de futebol era como ver um precoce garoto da escola roubando as maças do jardim da professora enquanto fugia da escola. Ali estava o jeito alegre e fanfarrão com uma pitada de ousadia que fez dele uma figura irresistível para os cidadões das tribunas de Old Trafford, principalmente de Stretford End. Mas, quando o acidente de Munique tirou a vida desse rapaz, ele tinha acabado de chegar em seu ápice como um talento do futebol.
Um pequeno pacote de energia criativa, Eddie foi o meio campista com “balanço” – a impressa o apelidou de “Snakehips” (quadril de cobra) por seu hipnótico giro de corpo – e suas possibilidades pareciam sem fim. Ele foi parte do time titular desde quando estreou, aos 19 anos, em Novembro de 1955 contra o Bolton. Naquele jogou ele deslumbrou jogadores mais experientes como Nat Lofthouse com sua habilidade e confiança, e melhorou rapidamente com a experiência.
A influência de Eddie no time do United que ganhou o Campeonato Inglês em temporadas consecutivas, 55/56 e 56/57, foi enorme. Muito de suas jogadas mais efetivas se davam por passes incisivos e dribles devastadores. Sua visão para espaços na defesa era grande e ele era adepto de passes com efeito para passar os zagueiros e deixar os atacantes livres.
Algumas vezes, como George Best em seus últimos anos, ele deixaria seus companheiros bravos por segurar demais a bola. Mas ele sabiam que Eddie era um jogador que precisava ter as rédeas livres. Ter levado ele com mais rigidez teria cortado a inspiração que o fez incrível.
Em outros times, Eddie Colman talvez teria dificuldades de mostrar seu futebol, mas com os Busby Babes ele estava em casa. Muito de seu sucesso era graças ao talento do técnico em criar a mistura perfeita. Embora duro o bastante para seu tamanho e um corajoso marcador, Eddie precisava jogar ao lado de homens com mais presença física – e quem melhor do que Duncan Edwards ?
Um elemento que faltava no jogo de Colmam eram os gols. Ele conseguiu apenas dois em sua carreira, embora um foi um esforço crucial nas quartas de final da European Cup de 1957/58 contra o Estrela Vermelha, de Belgrado. Parte da razão dessa falta de gols era que ele não era um bom finalizador, seus passes com muito mais destreza do que força, mais isso nem é uma crítica, pelas tantas assistências que ele deu.
Eddie Colmam vai ser lembrado como um alegrador das multidões, cujos melhores dias estavam por vir. Ele tinha apenas 21 anos quando faleceu, e não tinha jogado pela Seleção da Inglaterra. O país, como o clube, foi privado de um diamante.